sábado, 15 de agosto de 2009

Capítulo 1 - O começo (parte 1)

Era uma manhã como outra qualquer, exceto pelo fato de que era início do semestre. Era uma manhã fria e chuvosa, como sempre aqui no Alasca. Acordei do sonho horripilante que tivera noite passada e fui me aprontar para ir à escola. Coloquei minha blusa de mangas compridas azul listrada, predileta e uma calça jeans manchada. Ainda estava muito cedo para descer e tomar café, então tentei entender o significado daquele pesadelo terrível. ”Primeira aula do semestre... perfeito! Pra completar tive esse pesadelo horrível ontem à noite!” - pensei irritada por não achar explicação lógica para àquele sonho. Enquanto eu resmungava por causa de um sonho idiota, John, meu pai, preparava o café da manhã. Ele era chefe dos bombeiros e todos os dias, levantava bem cedo.

Nikki! Claire! Venham tomar café, meninas! - disse ele. Claire era minha irmã mais velha, tinha 1,60m de altura, seus cabelos lisos eram loiro dourados e a cor de seus olhos era azul turquesa. Tínhamos a mesma altura, porém meus cabelos ondulados e meus olhos eram castanho escuros, assim como os do papai. Ela herdara as características da mamãe e eu, as do papai.

            Claire e eu descemos as escadas e fomos à cozinha modesta de nossa casa. Era uma cozinha pequena, com alguns armários aéreos na cor tabaco, uma bancada, com a pia, na mesma cor e uma pequena mesa de quatro lugares ao centro. Antigamente, nossa mesa era totalmente preenchida. Mamãe morreu quando tinha apenas 5 anos e Claire 6. Faziam 12 anos de sua morte, mas ainda podia ver o olhar melancólico de meu pai ao olhar aquele lugar vazio à mesa. Era triste vê-lo assim.

            Assim que Claire e eu terminamos o café, pegamos nossos casacos e mochilas e fomos para minha picape, um Chevy 59. John não ganhava muito como chefe dos bombeiros, então comprou a picape de segunda mão. Ainda me lembro do dia em que ele chegou com ela em casa. Era meu aniversário, mas nunca pensei que John pudesse me fazer àquela surpresa.

 *****

 – Nicole desça aqui, depressa - disse John.

– O que você andou aprontando, Nikki? Ele só a chama assim quando está brabo com você por algo que tenha feito! - disse Claire.

– Claro que não aprontei nada né Claire! – respondi.

– Eu sei maninha... Só estava mexendo com você! Mas acho melhor você descer logo! Antes que ele fique bravo com você! - disse ela sorrindo para mim.

            Quando desci, percebi que ele não estava dentro de casa, mas sim na rua. Ao sair, fiquei surpresa ao ver uma picape branca parada em frente a nossa casa.

– Que carro é esse pai? - perguntei surpresa.

– Uma picape Chevy 59. - respondeu ele com um sorriso malicioso nos lábios.

– Isso eu sei, mas de quem é? - perguntei confusa com sua vaga resposta.

– É seu, querida! - respondeu ele sorrindo.

– Não brinca, pai! - disse irritada e surpresa ao mesmo tempo.

– Não é brincadeira filha! É seu! Sei que não é um carro da moda, como você gostaria, mas... - o interrompi.

– Ele é perfeito pai! Muito obrigada! - era melhor do que eu poderia esperar. UM CARRO! “Liberdade!”.

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